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MUNDO: POR FALTA DE OPORTUNIDADES, CRESCE O NÚMERO DE BRASILEIROS VOLTANDO AO BRASIL

Saturday, June 18, 2011

Dificuldades em se legalizar, crise financeira e baixa do dólar são os principais motivos.

O cenário atual da América não está nada convidativo para os imigrantes. Com o dólar em baixa, a crise imobiliária e o desemprego em alta, muitos brasileiros não estão vendo outra alternativa a não ser a volta para o Brasil. Além da desaceleração da economia dos Estados Unidos, existe ainda a espera sem fim por uma lei de imigração, que acaba vencendo os brasileiros pelo cansaço. As agências de viagem e as empresas de mudança estão acompanhando de perto este fenômeno.
Segundo notícia da BBC Brasil, o Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, previu que A taxa de desemprego deve aumentar de forma moderada em 2008 e se estabilizar em 2009, caindo ligeiramente em 2010. O número de americanos desempregados em 2008 está estimado entre 4,8% e 4,9%, tudo conseqüência da desaceleração da economia, que deve crescer somente de 1,8% a 2,5% no próximo ano.
Crise imobiliária e inflação
Uma das vilãs da atual crise econômica é a bolha imobiliária americana. O desempenho do setor imobiliário foi inferior ao esperado e a oferta de empréstimos hipotecários do tipo subprime (de alto risco) foi reduzida. A inadimplência no país também se elevou, em função destes empréstimos, gerando o chamado foreclosure, quando o banco toma o imóvel de volta porque o proprietário não tem condições de pagá-lo.
A inflação, velha conhecida do Brasil, também existe nos Estados Unidos. Segundo projeção do Fed, em 2008 ela deverá oscilar entre 1,7% e 1,9%. O Fed avaliou a inflação através de despesas com consumo, o que exclui os alimentos e a energia. A baixa do dólar, motivada, entre outras razões, pelo corte na taxa de juros dos EUA, também contribuiu para o enfraquecimento da economia do país. Em maio passado, o dólar chegou a subir, e um dos motivos teria sido a redução do número de pedidos do seguro-desemprego americano.
Some-se a tudo isto o medo de ser deportado e a decepção, porque não foi aberta uma lei de imigração. De acordo com Flávia Pesarini, da BACC Travel de Danbury, Connecticut, o número de brasileiros indo embora aumentou, em relação à 2006, e o perfil também mudou. “Antes eram homens que sustentavam as famílias no Brasil, agora são famílias inteiras”, disse Flávia. O desemprego também está pesando, pois um cliente antecipou a viagem, anteriormente marcada para janeiro, porque está sem trabalho.
Muitos que já viajaram compraram as passagens na Dila Travel Service, de propriedade de Dila Oliveira. “O perfil deles é de muitos anos de América”, declarou Dila. A média é de 8 anos de Estados Unidos. Há os que compram a passagem e desistem, como um cliente que disse “ruim aqui, pior lá”. Segundo Dila, o “ruim” é traduzido como o medo da imigração e a falta de uma lei.

Decepção e saudades de casa
Quem está enviando a mudança pela Fastway Moving tem várias razões para voltar, segundo Igor Passos. “Falta de uma lei de imigração, dólar baixo, falta de trabalho e a carteira de motorista”. De acordo com Igor, a maioria dos clientes que estão voltando tem de 7 a 15 anos de América. “Há também brasileiros que ficariam mais, mas ao cabo de 3 anos desistiram, porque acharam que viver aqui fosse mais fácil”.
O escritório da Fastway em Danbury foi inaugurado há cerca de 4 meses, e somente nos 2 últimos meses, foram realizadas de 15 a 20 mudanças. “Todas de brasileiros de Danbury”.
De acordo com Fábio Fogos, da Adonai Express Moving de Framingham, Massachusetts, o número de brasileiros voltando para o Brasil aumentou. “A maioria veio com um objetivo, acabou ficando 8 anos, mas cansou e foi embora”. A grande queixa é exatamente a economia. “Eles dizem que era melhor há 8, 10 anos, e que o custo de vida está muito alto”. Ainda segundo Fábio, os brasileiros são de Massachusetts, New Hampshire e Rhode Island. “Brasileiros que também cansaram de esperar por uma lei de imigração estão deixando o país”.
Liz Carvalho, gerente geral da filial New Jersey/NY da Confiança Moving, disse que o número de mudanças aumentou, em relação ao ano passado. “Em média, de dois anos para cá, o percentual aumentou em 30%”, afirmou Liz, dizendo que as razões variam, desde criar os filhos com mais liberdade e próximos à família, até os já estabilizados e documentados. “Estes últimos retornam porque a condição econômica dos EUA está em baixa”. Segundo Liz, muitos apressam o retorno por medo da imigração.
A tendência, de acordo com Liz, é o aumento das mudanças no mês que vem. “Não só pelos aspectos acima indicados, mas também porque espera-se que o inverno deste ano seja muito rigoroso”. Segundo Liz, a mudança em função do clima é em percentual muito menor, comparado aos motivos anteriormente citados, e também à atual situação econômica.



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